- Patologias do Tecido Cartilaginoso
Tecido Cartilaginoso
O tecido cartilaginoso é uma espécie de tecido conjuntivo que possui consistência rígida. Sua função é a de sustentação dos tecidos moles, revestir superfícies de articulações, minimizando os choques nestas, além de auxiliar no deslizamento dos ossos das articulações. Na vida intra-uterina e após o nascimento, este tecido é fundamental para a formação e crescimento dos ossos longos.
Vejamos algumas patologias que podem acometer tipo de tecido:Artrite reumatóideIntroduçãoÉ uma doença inflamatória, autoimune, crônica, sistêmica e progressiva, que acomete preferencialmente a membrana sinovial ( fina camada de tecido conjuntivo que reveste as superfícies de diversas articulações (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros) e eventualmente acontece em órgãos internos com pulmões, coração e rins, isso quando a doença se encontra em estágio avançado, essa doença evolui com as deformidades, comprometendo cartilagens e ossos e apresenta gradativa perda funcional, que podem dificultar os movimentos, o que faz com que esses pacientes deixem de realizar suas atividades tanto da vida diária como profissional, os quais passarão a depender cada vez mais da ajuda de outras pessoas para conseguir fazer pequenos movimentos, com isso fazendo com que ocorra um impacto significativo para o paciente e para a sociedade, onde o índice de afastamento do trabalho pode chegar a mais de 60% após 15 anos da doença, e é interessante destacar que essa doença não é contagiosa não hereditária. O agente etiológico, ou seja aquele que é responsável pela causa da patologia ainda é desconhecido, porém diversos estudos estão sendo realizados com bactérias e vírus, pois existe a possibilidade desses serem os causadores, contudo ainda não há nada definido, mas essas suspeitas se alargaram ainda mais quando recentemente antígenos de bactérias da flora intestinal normal foram identificados na membrana sinovial reumatóide, porém não foi nada confirmado até o presente momento.Quem tem mais chance de adquirir essa doença?É uma doença universal com prevalência entre 0,5 a 1 % da população adulta, acomete todas as raças com discretas variações em gravidade e manifestações clinicas, há uma grande prevalência no sexo feminino (2,5 a 3 vezes maior em relação ao sexo masculino, e costuma iniciar-se entre 30 e 50 anos de idade, mas também pode ocorrer em homens e crianças, contudo há registros em todas as faixas etárias, portanto é preciso procurar o médico quando sentir alguma alteração, para que assim seja logo detectado o problema e o mais rápido possível resolvido, seja ele qual for, é essencial consultar o especialista. Estudos apontam que pacientes que possuem a artrite reumatóide têm uma sobrevida reduzida em cerca e 20 %, quando comparada a da população normal, e quanto mais grave a artrite maior será a taxa de mortalidade.SintomasGeralmente no inicio os sintomas podem ser comuns a outras enfermidades, mas os mais evidentes são rigidez matinal, onde os pacientes amanhecem com importante dificuldade em movimentar as articulações, mas ao decorrer do dia há uma regredida, mal estar, diminuição do apetite, perda de peso, cansaço, febre baixa, inchaço nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, que se deformam com a evolução da doença.DiagnósticoPara que seja feito um diagnóstico com bastante eficiência é preciso a associação de uma variedade de sintomas e sinais clínicos, achados laboratoriais e também radiográfico. De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia, alguns critérios ajudam a nortear o diagnóstico, como:rigidez matinal; artrite de três ou mais áreas, com sinais de inflamação; artrite de articulação das mãos ou punhos (pelo menos 1 área com edema); artrite simétrica ( a simetria não precisa ser perfeita); nódulos reumatóides; fator reumatóide sérico positivo; alterações radiográficas (erosões ou descalcificações articulares).Não existe um exame laboratorial específico para a artrite reumatóide, porém alguns exames direcionam para a descoberta dessa patologia, como:Hemograma: quando o paciente apresenta artrite reumatóide estão presentes anemia e eventualmente leucocitose, eusinofilia e plaquetose. Provas de atividade inflamatória: observa-se ao longo do tempo, correlação entre os valores de Proteína C Reativa (PCR) e Velocidade de Hemossedimentação (VHS) com atividade clinica e a evolução radiológica. Fator Reumatóide (FR); é um exame com relativa inespecificidade, pois inúmeras doenças reumatológicas pode ou não ser detectado o fator reumatoide, com isso a ausência do FR não exclui a artrite reumatóide, nem a sua positividade garante esse diagnóstico, deve sempre haver uma interpretação em função do quadro clinico. Radiografias: Exames das mãos e dos pés são fundamentais para um diagnóstico correto e um melhor acompanhamento desses pacientes.TratamentoAinda não se conhece os recursos para a cura definitiva, é possível preservar a capacidade funcional e evitar a progressão das deformidades, e para isso é necessário a pratica de atividades físicas envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento, observando sempre os critérios de tolerância ao exercício e fadiga, com o objetivo de evitar ou diminuir a degeneração articular, a qual seria maior em repouso. Já a fisioterapia contribuirá para que o paciente continue a exercer suas atividades da vida diária, garantindo assim o fortalecimento da musculatura. A cirurgia e a colocação de próteses articulares é uma opção de tratamento nos estágios avançados da doença.Tratamento medicamentosoAnti-inflamatórios não-esteróidesSão drogas básicas, não irá fazer nenhuma alteração no curso da doença, mas reduzirá a inflamação e tem ação analgésica, não existe evidência que um anti-inflamatório seja mais eficiente que outro, isso dependerá de cada paciente. Os efeitos colaterais mais frequentes são intolerância gastrintestinal e disfunção renal, em pacientes idosos devem ser cuidadosamente avaliados em relação a função renal, para que n~ao haja agravamento do quadro.CorticosteróidesÉ para uso sintomático, e deve ser utilizado em casos de difícil controle, as doses são baixa e atua como adjuvanteda terapêutica ou quando existe contra-indicação aos anti-inflamatórios não esteróides, as doses maiores apenas em casos graves com manifestações estra articulares ( vasculites e quadros pulmonares).Drogas de ação prolongadadrogas capazes de induzir controle da doença e apresentam em comum um período de latência (2 a 3 meses) para que se mostrem eficazes, onde se destacam:Antimaláricos: bastante utilizada pelo baixo custo e pela disponibilidade, mas apresenta o efeito colateral que precisa maiores cuidados, que é a toxicidade ocular (Retinopatia).Sulfassalazina: apresenta como principal efeito colateral a mielosupressão, que é a supressão da produção de células sanguíneas pela médula.Metotrexato: é o padrão-ouro para o tratamento da artrite reumatóide, e é utilizado tanto isolado como em associação com outra droga. É uma das medicações mais prescritas e relativamente segura, sempre com controles hematológicos, enzimas hepáticas e se necessário ureia e creatinina a cada oito semanas, ela também é teratogênica, por isso se recomenda suspensão pelo menos 3 meses antes da gravidez.Leflunomide: perfil semelhante ao metotrexato, sua ação é rápida, em torno de 6 a 8 semanas, onde os principais efeitos colaterais são hapatotoxicidade e e supressão medular, náuseas e alopecia também são comuns.Drogas imunossupressorasSão utilizadas nos casos mais graves, a azatioprina, ciclosporina e em casos excepcionais ciclofosfamida, clorambucil e ciclosporina, sendo que os principais efeitos adversos são leucopenia, depressão medular e risco de neoplasia.Terapia BiológicaNesse grupo, estão incluídos os novos tratamentos desenvolvidos graças as novas tecnologias envolvendo a biologia molecular e com base na etipatogênese da doença. Estão indicadas para pacientes que não respondem a pelo menos dois esquemas de tratamento com as medicações tradicionais.ConclusãoDiagnosticar e tratar precocemente a artrite reumatoide é uma urgência médica, não diagnosticar ou não tratar de forma adequada um paciente com AR em fase inicial aumenta o risco de evolução, fazendo com que o mesmo necessite de uma terapia mais agressiva, o que fará com que esse paciente sofra ainda mais, por isso vá ao médico o mais rápido possível, pois quanto mais cedo tratar maior será a chance de evitar problemas maiores.- Imagens:
Aumento de volume simétrico das metacarpofalangeanas.
Manifestações extra-articulares da AR: vasculite periungueal e úlceras nos membros inferiores.
Nódulos reumatóides – em localização clássica: face extensora das articulações.
abril 27, 2014
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